Seis mulheres que são inspiração

 Uma inspiração, é alguém que, pelas ideias, conhecimento, capacidade e entusiasmo, nos motiva. E minhas escolhas para esta publicação, foram feitas à partir do meu olhar. Ao ler suas histórias, busquei olhar com mais humanidade sobre as personagens que foram criadas, perceber suas angústias, seus desejos, seus sonhos, e com isso fui sendo levada a enchergar as mulheres que realmente eram, com suas questões cotidianas e a relevância de seus questionamentos tão atuais.

"Conclusão: Na prática, a teoria é outra." Como escreveu Cora Coralina em "Conclusões de Aninha ".

Portanto, não espere mulheres perfeitas, estamos falando da prática diária de ser alguém, alguém que existe e aprende com suas próprias decisões a como agir, e quais as consequências e responsabilidades isso lhe trará.

Me inspiro em características e atitudes que moldaram essas mulheres, me identificando com cada uma delas em algum ponto de suas vidas. Venha, inspire-se nessas histórias!


Cora Coralina

Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas nasceu na Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889, faleceu em Goiânia, 10 de abril de 1985. 

Foi uma poetisa e contista brasileira. Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade, apesar de escrever seus versos desde a adolescência.


Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

Ao completar 50 anos, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como "a perda do medo". Nessa fase, deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás. Durante esses anos, Cora não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com o ambiente em que fora criada. 


Senhora de poderosas palavras, Cora escrevia com simplicidade e seu desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua produção artística priorizasse a mensagem ao invés da forma. Preocupada em entender o mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, Cora parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da Cidade de Goiás, que permitiu a ela a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.


Biografia de Cora Coralina. 

E se você quiser conhecer o universo em que Cora viveu e que foi sua maior inspiração visite o Museu Cora Coralina .


"Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores."


Cora Coralina


Anne Frank

Anne Frank nasceu em Frankfurt am Main, na República de Weimar, no dia 12 de junho de 1929, a última filha do casal Otto Frank (1889-1980) e Edith Frank-Holländer (1900-45). Sua irmã mais velha era Margot Frank (1926-45). A família Frank era de judeus liberais, ou seja, não seguiam todos os costumes e tradições do judaísmo, vivendo numa comunidade de cidadãos judeus e de outras religiões. Seu pai, uma pessoa mais interessada em atividades acadêmicas, tinha uma extensa biblioteca. Ambos os pais incentivaram suas filhas a lerem desde muito cedo.

Anne era sincera, energética e extrovertida.


Em 1940, quando os nazistas invadiram os Países Baixos, a população judaica foi perseguida e proibida de frequentar diversos locais. Dois anos depois, a família decidiu se esconder em compartimentos secretos de um edifício comercial; dividindo-o com mais quatro pessoas. Próximo do fim da guerra, o grupo foi traído misteriosamente e transportado para campos de concentração. Anne e sua irmã, Margot Frank, foram levadas até o de Bergen-Belsen, onde morreram, provavelmente, de tifo epidêmico, num dia desconhecido de fevereiro de 1945.


O então presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy discursou sobre Anne Frank em 1961, dizendo: "De todas as multidões que, ao longo da história, têm falado pela dignidade humana em tempos de grande sofrimento e perda, nenhuma voz é mais convincente do que a de Anne [Frank]".


Seu diário, com suas lembranças, seus sonhos e desejos já foi publicado algumas vezes e é até hoje inspiração para muitas gerações.

"enquanto ela existir, eu não posso ser infeliz" - Anne falava sobre a castanheira da Índia que ficava de frente a casa em que se escondeu com sua família por anos.

De todos os que se escondiam no Anexo Secreto, apenas Otto, o pai de Anne, sobreviveu à guerra. Ele foi libertado de Auschwitz pelos russos e, durante a sua longa viagem de volta para a Holanda, fica a saber que a sua esposa Edith morreu. Já na Holanda, fica a saber que também Anne e Margot não sobreviveram.


Se você quer saber mais sobre Anne Frank visite Anne Frank house .

Na Netflix você vai poder assistir a história de cinco sobreviventes do holocausto e como essas histórias e as histórias relatadas por Anne em seu diário, fazem com que enxerguemos quão cruel é uma guerra. As personagens não interagem durante os relatos, mas o medo e as incertezas com o futuro, permearam a vida de todos. Eu super indico!

E você, quer entrar no mundo dessa incrível menina? É só clicar e será levado a profundas reflexões.


Chiquinha Gonzaga 

Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga. Nasceu no Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847, faleceu também no Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1935. Foi uma compositora, instrumentista e maestrina brasileira.


Era filha da união de José Basileu Gonzaga, marechal de campo do Exército Imperial Brasileiro e de Rosa Maria Neves de Lima, filha de escrava alforriada. Contrariando a família, José Basileu casou-se com Rosa Maria após o nascimento de Francisca.

Francisca fez seus estudos normais com o cônego Trindade, um professor de referência da época e musicais no piano com o Maestro Elias Álvares Lobo.

Desde cedo, frequentava rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África. Aos 11 anos escreve sua primeira composição, a canção natalina Canção dos Pastores.


Após seu segundo divórcio passou a viver como musicista independente com o grupo Choro Carioca, tocando piano em lojas de instrumentos musicais. Nesta época sofria preconceito por criar sozinha um filho, João Gualberto seu primogênito,  ficando dois filhos de seu primeiro casamento e uma filha da segunda união sob a guarda dos pais e passa a dedicar-se inteiramente à música, obtendo bastante reconhecimento pela composição de polcas, valsas, tangos e cançonetas.


Foi a primeira pianista chorona (musicista de Choro), autora da primeira marcha carnavalesca com letra ("Ó Abre Alas", 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. 

Em maio de 2012 foi sancionada a Lei 12.624, que instituiu o Dia da Música Popular Brasileira, comemorado no dia de seu aniversário.


Biografia Chiquinha Gonzaga, para você que quer saber mais sobre essa mulher incrível e corajosa.

No site oficial Chiquinha Gonzaga além de informações, vc vai encontrar o acervo digital onde poderá ouvir suas músicas no Spotify.


Dadá cangaceira

Figura humana que soube enfrentar os desafios da sua vida extraordinária, sem renegar sua história.


"Sua puberdade foi no cangaço. No cangaço aprendeu o bê-a-bá. No cangaço pegou em armas, fez seus próprios partos e ajudou a trazer ao mundo outras crianças, filhos e filhas do cangaço. Cuidou de feridos. Deu tiros, tingiu de cores e ilustrou com flores os trajes e utensílios dos bandos. Perdeu de vista a Sérgia do batismo, deu vida a Dadá cangaceira temida e respeitada, companheira do crudelíssimo Capitão Corisco, o façanhudo e valente chefe de grupo. Até que no dia 25 de maio de 1940, assistiu a morte do seu companheiro e tombou gravemente ferida. Era o ocaso de um tempo, era o fim irreversível do cangaço.


Após deixar a prisão por força de uma habeas corpus, Dadá, mutilada de guerra, iniciou uma nova vida. Reinventou-se para viver os dias urbanos, longe dos sertões e das armas. Encontrou um novo companheiro. Casou-se. Fez da costura um ofício. Trouxe as filhas para junto de si. Converteu-se em avó amorosa, matriarca atenta, severa, extremada na luta pela sua sobrevivência e dos seus. Solicitada por artistas, intelectuais, escritores e estudiosos, prestou testemunhos que puseram luz sobre fatos e personagens da luta cangaceira."

Trecho da sinopse do documentário: Assim Era Dadá: A vida pós cangaço de Sérgia da Silva Chagas.


Sei que você quer ver este emocionante documentário Clique aqui e assista. Super indico!

Biografia


Margareth Thatcher 

Margaret Hilda Thatcher, nasceu em Grantham, 13 de outubro de 1925, faleceu em Londres, 8 de abril de 2013.


Margaret passou sua infância em Grantham, onde seu pai era dono de duas mercearias. Antes da Segunda Guerra Mundial, em 1938 a família Roberts deu refúgio a Edith Muhlbauer, uma jovem judia adolescente que escapou da Alemanha nazista. Com 12 anos de idade, Margaret e sua irmã mais velha Muriel arrecadaram dinheiro suficiente com uma campanha no Rotary Club para pagar a viagem e a estadia da adolescente. 


Margaret Roberts estudou na Escola Primária Huntingtower Road e transferiu-se para a Escola para Meninas Kesteven e Grantham após ganhar uma bolsa de estudos. Seus registros escolares revelam um trabalho árduo e melhoria contínua; suas atividades extracurriculares incluíam piano, hóquei em campo, recitais de poesia, natação e caminhadas. Em seu último ano em Kesteven e Grantha, candidatou-se a uma bolsa de estudos para estudar Química no Colégio Somerville, pertencente à Universidade de Oxford, na época uma faculdade que aceitava apenas mulheres. Inicialmente rejeitada, ofereceram-lhe uma vaga somente depois que outra candidata desistiu. 


Graduada em Química pela Somerville College, Universidade de Oxford, Thatcher também trabalhou como barrister antes de ser eleita para a Câmara dos Comuns pelo distrito de Finchley em 1959. Em 1948, candidatou-se a um emprego na Imperial Chemical Industries, mas foi rejeitada depois que o departamento de recursos humanos a avaliou como "teimosa, obstinada e perigosamente dona da verdade". 


Foi uma política britânica que exerceu o cargo de primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a 1990 e líder da oposição entre 1975 e 1979. Foi a primeira-ministra com o maior período no cargo durante o século XX e a primeira mulher a ocupá-lo.

Sua filosofia política e suas políticas econômicas enfatizaram a desregulamentação (particularmente do setor financeiro), mercados de trabalho flexíveis, a privatização de empresas estatais e a redução do poder e influência dos sindicatos.

Thatcher tornou-se primeira-ministra em 4 de maio de 1979. Chegando a 10 Downing Street, residência oficial do primeiro ministro, disse:


Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

—Thatcher em suas observações sobre se tornar primeira-ministra


Existem muitos livros escritos sobre Margaret, que vão desde biografias a suas questões políticas como "A arte de governar" e "Statecraft". Margaret Thatcher: A Life and Legacy , escolha para você, que gosta das pequenas curiosidades. Boa leitura!


Mas se você prefere assistir uma boa série, eu indico The Crown, que na sua quarta temporada traz a personagem de Margaret Thatcher. Temos uma fina idéia da batalha que esta mulher enfrentou durante seu mandato.

Biografia


Enedina Alves Marques

Enedina nasceu na capital paranaense em 1913. Era filha de Paulo Marques e Virgília Alves Marques, que chegaram a Curitiba nos anos 1910.


Na década de 1920, Dona Duca foi trabalhar para a família do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho. A casa da família, de madeira, com varandas e lambrequins, foi desmontada e transferida para o Juvevê e, hoje, abriga a sede regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Domingos, que tinha uma filha de mesma idade, Isabel, pagou a educação de Enedina em colégios particulares, para que ela fizesse companhia a sua filha.


Entre 1932 e 1935, formou-se no curso Normal e junto com Isabel, Enedina passa a trabalhar como professora no interior do estado. Atuou em cidades como Rio Negro, São Mateus do Sul, Cerro Azul e Campo Largo.

Voltou a Curitiba entre 1935 e 1937, para cursar o Madureza no Novo Ateneu, curso intermediário que, na época, era exigido para o magistério, e onde durante toda sua trajetória até o magistrado, trabalhou como doméstica na residência daqueles que a abrigavam e montou suas turmas de alfabetização em seu tempo livre, sendo essa a sua grande paixão.


Em 1940, ingressou no curso de Engenharia da Universidade do Paraná. Em 1945, Enedina graduou-se em Engenharia Civil, tornando-se a primeira mulher engenheira do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil.


Enedina se tornou auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas do Paraná. Foi chefe de hidráulica, chefe da divisão de estatísticas e do serviço de engenharia do Paraná, na Secretaria de Educação e Cultura do Estado. Enedina trabalhou no Plano Hidrelétrico do estado e atuou no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu. Apesar de vaidosa, Enedina usava macacão nas obras da usina e levava uma arma na cintura, disparando tiros para o alto para se fazer respeitar entre os homens da construção. Dentre outras de suas obras, destacam-se o Colégio Estadual do Paraná e a Casa do Estudante Universitário de Curitiba. Para muitos, a Usina Capivari-Cachoeira foi seu maior feito como engenheira.

Biografia de Enedina para você que ficou curioso, se preferir assistir a um vídeo sobre esta mulher que mudou a história, Clique aqui .


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